segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Poltergeist

Desculpem lá a demora. É que quando escolhi o tema para este post não fazia a mínima ideia da quantidade de material que teria de ler previamente para poder elaborar um artigo o mais completo possível. Ora aí está. Estes posts não são fruto da imaginação de quem os escreve mas sim produto de muita investigação (= pestanas queimadas).

Sendo assim, tah-dah! Hoje vamos tratar de Poltergeists (sim aquelas coisas feiosas e esqueléticas que arrastam crianças para dentro da televisão - nos filmes hehe). Antes de mais, vamos à Etimologia. O vocábulo deriva do alemão poltern que significa "fazer barulho" e geist, "fantasma". Um pequeno exercício de matemática e puf: "poltern" + "geist" = Poltergeist - fantasma que faz barulho. Iei.

Um Poltergeist é tipicamente definido como uma entidade que se dedica a provocar o caos, causando interferência nos telefones e nos electrodomésticos, apagando e acendendo luzes, atirando objectos, etc. Diverte-se a assustar o pessoal, basicamente. Contudo, há muito que se vêm desenvolvendo teorias sobre o que verdadeiramente causa a aparição de um poltergeist. Experiências científicas comprovam que os "poltergeists" efectivamente existem mas que não são um fenómeno totalmente paranormal, na medida em que, para que ele possa subsistir, deverá sempre haver um intermediário humano, o chamado "agente".

A teoria do intermediário humano começou a ser defendida desde o início do século XX, quando o parapsicólogo Nandor Fodor, através de diversas experiências, comprovou que o fenómeno "poltergeist" manifestava-se quando o chamado "agente" sofria de sentimentos reprimidos, stress, hostilidade ou mesmo repressão sexual (desvendei o mistério...afinal a Betty é o poltergeist da casa do Castelo Branco.). William G. Roll, Professor e investigador da Universidade de West Georgia, publicou um artigo na Revista de Exploração Científica, no qual explica que a pressão sentida pelo agente não só se reflecte na movimentação inconsciente de objectos como revela também uma tensão entre aquele e as restantes pessoas. São, assim, na verdade, casos de psicocinésia. Em todos os casos investigados pelo Professor Roll, quanto mais o agente se distanciava do centro da actividade paranormal, mais esta enfraquecia. Ou seja, o agente, não o fazendo conscientemente, movimentava objectos circundantes, manipulando, sem saber, a sua própria energia, a que emanava dos seus sentimentos, das suas depressões e repressões, etc. (ver os casos Miami, Olive Hill e Tina Resch do Professor Roll na revista acima mencionada). Chamava este fenómeno de PCRE (Psicocinése Recorrente Espontânea).

Os acontecimentos paranormais não se dão por vontade do agente. É a energia desmesurada que este emana e que dela não tem conhecimento que provoca todo o tipo de caos à volta, tomando, por assim dizer, vida própria.

No caso da existência de um poltergeist, é necessário investigar de que membro da família é que a energia poderá estar a fluir. Na generalidade, esta advém de adolescentes, na sua maioria do sexo feminino (já sabem, adolescentes traumatizadas = tachos e panelas a voar pela casa).

É de notar que nem todos os acontecimentos acontecem na presença da pessoa na qual se centra. Como em outros fenómenos paranormais, há a possibilidade de certas quantidades de energia ficarem impregnadas em objectos, locais, etc., manifestando-se mesmo sem a presença do agente. Logo, não confundir um poltergeist com uma assombração. Logo, um poltergeist não é um fantasma. Logo, o seu seguro fica mais barato.

É conhecido que os poltergeists podem tornar-se agressivos e violentos, chegando a agredir pessoas, muitas vezes as mesmas contra as quais o agente sente algum tipo de animosidade ("não gosto de ti, toma lá um poltergeist que é pra ver se te calas."). A meu ver, o poltergeist transforma-se em entidade autónoma, e é-o efectivamente, dado o agente não ter controlo sobre ele nem consciência de que é a causa dos distúrbios.

Sendo uma manifestação da psyché, a única maneira de o travar será mesmo acompanhamento psicológico do agente (ou psiquiátrico, dependendo do tamanho do poltergeist) de modo a tentar amenizar as condições que deram azo ao aparecimento da criatura.

Exemplo de uma casa famosa pela sua actividade paranormal desde 1929, nomeadamente pelo poltergeist que teoricamente lá existiria, é a Borley Rectory, localizada no condado de Essex, em Inglaterra, onde diversas ocorrências "apontavam" para distúrbios da natureza poltergeist. Após múltiplas investigações, veio a provar-se ser tudo uma fraude criada e induzida por um pseudo-investigador paranormal, Harry Price, que ainda por cima fez fortuna à custa das suas brilhantes invenções. Daí ser necessário ter imenso cuidado ao analisarem-se casos "paranormais" ou casos paranormais. Nem tudo é o que parece. Neste caso o poltergeist chamava-se "ratos nas paredes da casa que era mais velha que sei lá o quê".

Para verem algumas representações de um Poltergeist, podem recorrer ao filme com o mesmo nome datado de 1982, que até é fiável por ter centrado a actividade em torno de uma criança. Também têm o Peeves do Harry Potter, mas esse soa mais ao Slimer dos Ghostbusters do que propriamente um poltergeist... Ah, e naturalmente há vários episódios dos Ficheiros Secretos que lidam com este tipo de actividade. Há também um episódio do Sobrenatural (se não me engano, na segunda época) em que havia um poltergeist.

Bem, resumindo e concluindo, se virem as panelas a voar pela casa, o televisor a sintonizar constantemente na TVI e as beatas a dançar no cinzeiro, não se preocupe, não está louco. As panelas estão mesmo a voar, provavelmente o poltergeist quer que você veja a novela das 9 e as beatas estão mesmo na linha de conga. Há é alguém na sua casa que precisa do Dr. Phil.
Adieu!!
theportugueseparanormalsociety@gmail.com

1 comentário:

  1. Artigo interessante. Sempre tive alguma curiosidade sobre estes assuntos.
    Também foi recentemente aberto um fórum que lida com estes e outros fenómenos paranormais, com mais incidência em Portugal.
    O link é http://portugalparanormal.com

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