quarta-feira, 3 de junho de 2009

Pele com Pernas


Hehe. Vamos ver se desta conseguimos fazer um artigo sem pressas. Só vos vou pedir para perdoarem a minha incapacidade latente de traduzir certas palavras para português. A minha cabeça é completamente bilingue. Sendo assim, hoje vamos tratar de skin-walkers (gostava de vos ver a traduzir isto... saiu-me tudo desde "nús andantes" a "pele com pernas"). Vamos tratar-lhes do pêlo hahahahaha (pronto, só mais prá frente é que vão perceber esta piada mas não podia deixá-la pra trás).

OK! Class, o que são skin-walkers??!! Ai ai, que ninguém sabe... Muito bem. Conhecem os lobisomens? Sim? Conhecem? Muito bem. Não tem nada a ver. Os skin-walkers ou yeenaaldlooshii (navajo para "aquele que vai de quatro" - nada de piadinhas, OK?) fazem parte da cultura de algumas tribos nativo-americanas, nomeadamente os Navajos, onde mais desenvolvimento da figura se verificou. São humanos que se conseguem transformar em animais através de bruxaria. Por terem cérebro humano e capacidades "animalescas" (velocidade, instinto, etc...), são extremamente difíceis de apanhar e são considerados perigosos e assustadores. E porque é que eu digo que não têm nada a ver com lobisomens? HAHA! Porque os lobisomens transformam-se independentemente da sua vontade. Certo? Logo, não cabem na descrição de skin-walker, apesar de terem algumas - óbvias - similaridades.

Habitualmente (como se acontecesse todos os dias lol), os skin-walkers são vistos nus e com a pele do animal no qual se vão transformar por cima de si (alguém sabe se o Gerard Butler é um skin-walker? Dava jeito se fosse. Ah, e percebem agora a piada de cima?). Esta finalidade da utilização das peles por bruxos fez com que o tema "peles" se tornasse tabu para os Navajo. De facto, os tipos de pele que os Navajo usavam "às claras" eram extremamente limitados. Peles de urso, coiote, lobo e puma eram quase que completamente proibidas.

Para se detectar um destes bichos basta prestar atenção pois eles nunca assumem completamente a forma do animal desejado. Mantêm sempre algum tipo de qualidade humana. E geralmente transformam-se em qualquer animal que desejem. A má notícia é que não há limite para o número de formas que podem adoptar. Podem ser qualquer animal... (hum...tenho que pensar em ser mosca. Pelas razões óbvias...e não, não é a "comida" hahahaha)

Muitos dos relatos indicam que muitas vezes estes skin-walkers se transformavam pelo mero motivo de que, sob a forma animal, era mais rápido chegar de um sítio a outro. Contudo, também existiam aqueles que se transformavam para causar distúrbios na vida do pessoal, tendo o poder de mimicar qualquer som humano ou animal, o que só aumentava a sua capacidade de fazer asneiras. Há sempre uma maçã podre...

Para uma pessoa se proteger de um skin-walker há várias maneiras. Desde a habitual mézinha dos curandeiros a andar nu e todo empastado de cinza de árvore de cedro queimada. Nice. Vou experimentar esta última. Uma mulher nua a cheirar a árvore de Natal queimada pela rua. Era Jornal das 8 na certa.

Os skin-walkers também podem possuir uma pessoa. Não os deixem olhar-vos nos olhos! É o verdadeiro "mau-olhado" hahahahahaha! E podem também fazer feitiços contra alguém se se apoderarem de cuspo, cabelo ou dos sapatos de alguém. Ora aí está um bom aviso para manter uma cidade limpa - "Caro Skin-Walker - leve a moina ao chão e veja a quantidade de melecas que os nossos munícipes lhe deixaram. Agradecemos todo e qualquer castigo corporal que conseguir infligir-lhes com as suas mézinhas, poupando-nos o desperdício de papel em multas. Caro Munícipe: seja clean. Não cuspa. Não nos responsabilizámos pela sua saúde depois disso.". Se se quer livrar da possibilidade, queime também as suas unhas e os cabelos que caiam do seu toutiço. Deve cheirar bem...o típico "cheiro a porco" hahahaha.

Na tradição nórdica, o skin-walker enviava a sua alma com a forma do animal de eleição (aquela J.K. Rowling fartou-se de "adaptar" mitologia...a cada dia vou desbastando mais as ideias do Harry Potter...).

E, para finalizar, a receita para matar um skin-walker! A que achei mais piada foi a de termos que dizer o nome da pessoa que desconfiamos que seja um skin-walker em voz alta e depois acusá-lo de o ser. "Orlando, tu és um skin-walker!" E depois disso, já se pode matar o bicho! A acusação fragiliza-o. É como um bom filme de tribunal hahahahaha. Não desatem é aos gritos com o vosso patrão. É capaz de não dar certo e o facto de ele ser um grande cão não implica que seja um skin-walker.

Adieu!

sábado, 9 de maio de 2009

Se se convidar um Doppelgänger para fazer limpeza, será que ele se zanga?!


Alô alô e bem vindos a mais uma "sessão" de descoberta de uma nova curiosidade do mundo do paranormal. Nos últimos dias tenho pensado que, com a imensa falta de tempo que me assalta, só me apetecia ter um outro "eu" que me ajudasse a fazer tudo o que tinha agendado para um dia. Ainda fui à procura de clones na net mas é incrível o que esta gente exige com a crise hahaha. Não é lá muito barato :)!

Anyway, piadas de lado (na horizontal, na vertical, etc...), lembrei-me de deixar umas palavras sobre os Doppelgängers, essa figura que me dava um jeitaço mas que ainda não tive a sorte de o meu cérebro produzir um (pois é, pois é....). Crianças, o que é um DOPPELGÄNGER??? Bem, começando pela palavra, em alemão esta significa literalmente "duplo-andante", algo que vai na mesma direcção que o seu original. Os Doppelgängers estão muitas vezes ligados a crises de aparições e actividade paranormal intensa em determinados sítios que pode ser exacerbada, como se sabe, por campos electromagnéticos de intensidade elevada. Contudo, podem também ser criados unicamente pelo nosso próprio cérebro, nomeadamente através de perturbações (nomeadamente stimuli) do nosso cérebro - na junção temporoparietal esquerda.

Podem arguir comigo que, se esta situação tem uma explicação científica, não cabe na descrição de "paranormal". Amigos, normal normal é uma pessoa olhar-se ao espelho e ver a imagem mimicar todos os movimentos da pessoa original. Não há descolamento entre uma e outra, são a mesma. Mesmo que possivelmente, cientificamente explicável, uma imagem descolada da pessoa original, na inexistência de espelhos ou outros elementos reflectores, que age por si, ainda que possa copiar acções, não é NORMAL. Daí ser para...normal. OK?

Passando à frente, de referir é que exitem reports de doppeldängers desde o século XVII, dos quais salientamos o caso de Percy Shelley, poeta britânico, em 1822, que, antes da sua morte, afirmou ter-se visto a si próprio a perguntar-se questões relacionadas com o nível de contentamento da sua vida. Dias mais tarde, afogou-se numa baía (p'ra quem não sabia a resposta, é óbvio que não devia andar muito feliz...). O mais curioso é que a vizinha também o viu, não o identificando como qualquer tipo de aparição, mas como sendo o original, de carne e osso, e perfeitamente normal, mesmo após a morte daquele, que desconhecia (devia ter voltado para levar um agasalho, de certeza). Outro poeta, John Donne, em 1612, viu o Doppelgänger da sua mulher em Paris quando esta estava em Inglaterra a dar à luz (ou, neste caso, à escuridão...) a um nado-morto. De salientar que este último encontrava-se doente a altura da "visão".

Até o Presidente Abraham Lincoln relatava ter visto no espelho do seu quarto uma figura sua com duas caras, uma com uma expressão significativamente diferente da outra. É discutível se se seria o seu Doppelgänger ou não, mas o certo é que, como todos sabemos, o Presidente Lincoln foi assassinado no decurso do seu segundo mandato na Presidência dos Estados Unidos e ele viu, de facto (e partindo do pressuposto que este não teria razão para mentir), o seu "duplo maléfico" por várias vezes. Quero eu dizer com tudo isto que os Doppelgänger são encarados como prenúncios de morte. Outros famosos viram-se a si próprios antes de morrer (a rainha Isabel I de Inglaterra, Catarina a Grande da Rússia e Wolfgang von Goethe, entre outros - sim, não é assim tão pouco comum como parece.).
Attention, não confundir um Doppelgänger com um metamorfo. São completamente diferentes e sobre esses falaremos mais à frente, OK?

A lição de hoje é rápida porque o tempo urge, prometo lições mais elaboradas para a próxima. Lembrem-se só que verem-se a si próprios não é lá muito boa previsão do que está pra vir e, se tal acontecer, não corram para o psiquiatra. Se calhar é o vosso "gémeo mau" hehehe. Keep an eye over your shoulder e convidem-no a limpar a casa. Se calhar ele aceita. ;)

Cheers!!

terça-feira, 31 de março de 2009

Carpideiras do Outro Mundo


Para finalizar o mês de Março decidimos debruçar-nos sobre uma figura bem conhecida da cultura celta, a querida Bean Sí ou, para quem não percebe gaélico, a Banshee (não se preocupem que eu também percebo pouco...). Quem sabe o que é uma Banshee, quem sabe, quem sabe, quem sabe? Ahhhhhh....estou a ver que uma liçãozita é necessária.

Bem, conhecem a figura das carpideiras, muito utilizada no Médio Oriente? Aquelas senhoras que berram imenso quando morre alguém, chooooram imenso? Pois bem, tenho uma novidade para quem não sabe. Nessas terras longínquas era tradição contratarem-se mulheres para chorarem nos funerais (para carpirem, para ser mais correcta). Profissionalmente. Pena não me pagarem para isso. É que no meu trabalho eu faço isso de graça. É a vida.

Ora bem. Podemos dizer que a Banshee é a representação de uma carpideira mas de acordo com as tradições irlandesa, escocesa e de mais algumas partes das Ilhas Britânicas. Ou seja, uma carpideira etérea, uma mulher que descende do mundo das fadas, com quem o povo irlandês tem uma ligação muito forte, dizendo-se que muitos deles descendem, efectivamente, desses seres (v. Lenda dos Tuatha De'Dannan). O mais engraçado é que as pessoas acreditam efectivamente na existência das Banshee e que estas ainda são ouvidas e, algumas vezes, vistas. A base da Banshee é de que quando uma é ouvida, há alguém da família que irá morrer. Quando é vista, a pessoa que a vê é que pode ir fazendo contas à vida porque tempo não lhe restará muito.

O som que uma Banshee faz muitas vezes é definido como um lamento, um choro, quase uma canção tão triste que não tem melodia, só dor. Também há relatos, em Leinster, de que o choro da Banshee é capaz de partir vidro (agora percebo. A Mariah Carey é uma Banshee.). Quando vista, a Banshee pode aparecer numa de três formas: uma jovem mulher, uma mulher de meia-idade ou uma velha vestida de trapos. Estes três aspectos são coincidentes com os três aspectos da Deusa Celta da Guerra e da Morte, Morrigane. Na generalidade, podemos vê-la com uma capa cinzenta ou com as mortalhas de quem irá falecer. Pode ainda aparecer como uma lavadeira, lavando nódoas de sangue das roupas de quem irá passar para a vida seguinte, à beira de um rio. Nesta forma é chamada de bean-nighe (ban-nee, creio eu. A parte do ban eu sei que está certa, agora o neeeeee, tenho que confirmar quando começar a tirar o curso de gaélico. Sim, eu vou tirar um curso de gaélico, OK? Nem toda a gente é normal.). Têm habitualmente longos cabelos, que, segundo segundo alguns relatos, penteia com um pente de prata (esta história do pente deriva de uma confusão com crenças locais sobre sereias e originou novo mito de que nunca se deve juntar um pente na estrada para a Banshee não se zangar e aparecer mais cedo do que deve para se vingar.). Nas ilhas escocesas, a Banshee é representada com longos peitos. (Rapazes, nada de marcar vôos para a Escócia, OK? Ela continua a poder aparecer velha e horrível, nunca se sabe...)

Quando a Banshee desaparece, faz um som similar ao de um pássaro quando levanta vôo, o que levou à crença errónea de que a Banshee também pode fazer-se representar como um corvo ou outros pássaros associados, na Irlanda, a práticas de bruxaria.

De acordo com a tradição irlandesa, a Banshee só pode lamentar-se pela morte de membros das cinco grandes famílias da Irlanda - os O'Neills, os O'Briens, os O'Connors, os O'Gradys e os Kavanaghs (OOOOOO Neilllllllll vais desta pra melhorrrrrr, OOOOOO Kavanagh vais cavar não tarda naaaaadaaaaaa - desculpem o humor negro, eu sei que isto são coisas sérias. Mas se calhar com um bocadinho de humor não me bata uma Banshee tão cedo à porta hehe). Contudo, com os séculos de História que já passaram por estas famílias e os inúmeros casamentos interfamiliares, o leque de famílias por quem as Banshees carpem (é assim que se diz, não é?....:S) alargou-se imensamente. Quando várias Banshees se juntam para o lamento, é sinal que alguém de grande importância ou mesmo santo irá falecer. No século XV, o Rei James I da Escócia foi avisado do seu assassinato por uma Banshee em forma humana. Vá lá. Deu-lhe tempo pra se confessar. E para andar atrás do Duque que o queria matar. Mas morreu à mesma. E o Duque (que era tio do Rei) foi executado três dias depois. Se a Banshee tivesse avisado esse também, tinham ficado os dois vivos, de certeza... Bela novela mexicana que práqui vai...
Bem, para finalizar (que isto já vai comprido), podemos dizer-vos que a Banshee é uma figura que inspira ainda muita cultura à sua volta. Para verem como a figura se disseminou, podem ver uma animação interessantíssima em www.darkartsmedia.com/Banshee.html. Existe também uma banda polaca (imaginem só) de música celta que se chama Banshee (www.myspace.com/bandbanshee ou www.banshee.art.pl/index_en.htm) e uma banda canadiana de música folk com o mesmo nome (http://www.banshee.ca/). Há quem diga que, no videoclip da música (fabulosa) "Promises" dos Cranberries, o que lá aparece é uma Banshee. Eu continuo a dizer que é um espantalho saído do StarWars (http://video.msn.com/video.aspx?mkt=pt-br&vid=3d8a7b80-0c55-4cb6-91dd-2d0242ca4f0e). Até há um herói da Marvel que é o Banshee...( www.marvel.com/universe/Banshee). Tudo inventam...

Para os galhofeiros, deixo-vos uma receita de um cocktail chamado Screaming Banana Banshee hahaha (está em onças, façam a conversão que agora não tenho tempo...sorry): 1/2 oz de pisang ambon, 1/ oz de vodka; 1/2 de creme de cacau branco; 1 e 1/2 oz de natas e uma cereja. Misturar tudo no shaker (menos a cereja, não é...) com gelo e pôr num copo frio. Cereja no topo e já está! Enjoy!

Por hoje é tudo e peço desculpa por vos ter dado a ideia para o disfarce de Carnaval com um mês de atraso hahahaha!


Cheers!

quinta-feira, 5 de março de 2009

Quem tem uma Shtriga por patrão?


Mais uma vez pardon pelo longo tempo de espera mas como a paciência é uma virtude, vamos a ver se não damos o vosso tempo por perdido. Andava meia perdida sem saber que assunto de extremo interesse vos apresentar quando me liga o meu patrão e, com a sua eterna candura, me fez surgir a ideia para o próximo artigo. Por candura, entenda-se, uns gritos bem altos ao telefone e a habitual bestialidade de um ser que de bestial não tem nada a não o radical comum da palavra que melhor o descreve...(ok pronto, o homem é uma besta, perceberam agora?)

Sendo assim, e estando visto que o homem suga toda e qualquer alegria e paciência que eu tenha, decidi escrever hoje sobre as Shtrigas, essas figuras do folclore da Albânia que tantas outras criaturas medonhas inspiraram. Quantas vezes certos pais, desprovidos de qualquer noção de pedagogia, assustaram os seus pobres rebentos com histórias de seres hediondos que visitariam as aterrorizadas crianças à noite se elas não comessem a sopa?... A figura mítica da Shtriga é a epítome e o início dessa cultura de medo que se incutia (e ainda se incute na casa do meu patrão de certeza) nas crianças e em algum adulto também (ei há gente pra tudo...). Na Albânia a crença nas Shtrigas ainda hoje é muito forte, acreditando-se serem elas a causa das doenças (e mortes também) de muitos bambinos. Se pensarmos que na Albânia a maior causa de mortalidade são as doenças do sistema circulatório, torna-se muito fácil identificar tais sintomatologias com os sinais "deixados" por uma shtriga, sendo que esta suga (literalmente) o sangue das suas vítimas, tendo preferência crianças pequenas. Mas quando dá a fome, qualquer um pode marchar.

A Shtriga apresenta-se como uma figura semelhante a uma bruxa, que se transformaria num insecto após tomar o seu cocktail de hemoglobina. Recorda-vos algo? Não pá, não me refiro ao Pinto da Costa. O amigo vampiroscu, essa criatura que teve a sua origem num país não muito distante da Albânia, a Roménia. Nesse mesmo país encontramos uma figura em muito semelhante, a chamada strigoi morti, tendo esta a particularidade de não beber sangue mas de praticar o chamado vampirismo psicológico (Eh lá...acho que conheço uma strigoi morti!!! Uma não! Várias! Isto já não se pode sair à rua...). Temos também a Strix, de origem grega ou romana, que assume os mesmos contornos (mas atenção que esta tem sede e gosta de AB+, OK?).

Bem, vamos agora às receitas! Como afastar uma shtriga?! Bem, afastar afastar não dá. Mas pode-se fazer um crucifixo de osso e pendurar à porta da Igreja no Domingo de Páscoa para entalar a bruxa lá dentro e depois dar-lhe o respectivo golpe de misericórdia ou então esperar que o bicho fosse para o mato regurgitar o que tinha bebido, mergulhar uma moeda no sangue e depois guardar como protecção. Estes remédios só têm uns pequenos problemas. O primeiro ia criar uma massa de histeria geral (estou mesmo a ver as beatas a carpir que havia bruxas na aldeia), e o segundo é nojento.

Deste modo, eu criei a minha própria receita: é favor no futuro, e para assegurar a vossa descendência, dar café puro aos miúdos e pôr filmes da Disney à noite. Quanto a vossemecês, aguentem-se. Tudo em prol da continuidade da linhagem hahahaha!!!!

Adieu!!!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Poltergeist

Desculpem lá a demora. É que quando escolhi o tema para este post não fazia a mínima ideia da quantidade de material que teria de ler previamente para poder elaborar um artigo o mais completo possível. Ora aí está. Estes posts não são fruto da imaginação de quem os escreve mas sim produto de muita investigação (= pestanas queimadas).

Sendo assim, tah-dah! Hoje vamos tratar de Poltergeists (sim aquelas coisas feiosas e esqueléticas que arrastam crianças para dentro da televisão - nos filmes hehe). Antes de mais, vamos à Etimologia. O vocábulo deriva do alemão poltern que significa "fazer barulho" e geist, "fantasma". Um pequeno exercício de matemática e puf: "poltern" + "geist" = Poltergeist - fantasma que faz barulho. Iei.

Um Poltergeist é tipicamente definido como uma entidade que se dedica a provocar o caos, causando interferência nos telefones e nos electrodomésticos, apagando e acendendo luzes, atirando objectos, etc. Diverte-se a assustar o pessoal, basicamente. Contudo, há muito que se vêm desenvolvendo teorias sobre o que verdadeiramente causa a aparição de um poltergeist. Experiências científicas comprovam que os "poltergeists" efectivamente existem mas que não são um fenómeno totalmente paranormal, na medida em que, para que ele possa subsistir, deverá sempre haver um intermediário humano, o chamado "agente".

A teoria do intermediário humano começou a ser defendida desde o início do século XX, quando o parapsicólogo Nandor Fodor, através de diversas experiências, comprovou que o fenómeno "poltergeist" manifestava-se quando o chamado "agente" sofria de sentimentos reprimidos, stress, hostilidade ou mesmo repressão sexual (desvendei o mistério...afinal a Betty é o poltergeist da casa do Castelo Branco.). William G. Roll, Professor e investigador da Universidade de West Georgia, publicou um artigo na Revista de Exploração Científica, no qual explica que a pressão sentida pelo agente não só se reflecte na movimentação inconsciente de objectos como revela também uma tensão entre aquele e as restantes pessoas. São, assim, na verdade, casos de psicocinésia. Em todos os casos investigados pelo Professor Roll, quanto mais o agente se distanciava do centro da actividade paranormal, mais esta enfraquecia. Ou seja, o agente, não o fazendo conscientemente, movimentava objectos circundantes, manipulando, sem saber, a sua própria energia, a que emanava dos seus sentimentos, das suas depressões e repressões, etc. (ver os casos Miami, Olive Hill e Tina Resch do Professor Roll na revista acima mencionada). Chamava este fenómeno de PCRE (Psicocinése Recorrente Espontânea).

Os acontecimentos paranormais não se dão por vontade do agente. É a energia desmesurada que este emana e que dela não tem conhecimento que provoca todo o tipo de caos à volta, tomando, por assim dizer, vida própria.

No caso da existência de um poltergeist, é necessário investigar de que membro da família é que a energia poderá estar a fluir. Na generalidade, esta advém de adolescentes, na sua maioria do sexo feminino (já sabem, adolescentes traumatizadas = tachos e panelas a voar pela casa).

É de notar que nem todos os acontecimentos acontecem na presença da pessoa na qual se centra. Como em outros fenómenos paranormais, há a possibilidade de certas quantidades de energia ficarem impregnadas em objectos, locais, etc., manifestando-se mesmo sem a presença do agente. Logo, não confundir um poltergeist com uma assombração. Logo, um poltergeist não é um fantasma. Logo, o seu seguro fica mais barato.

É conhecido que os poltergeists podem tornar-se agressivos e violentos, chegando a agredir pessoas, muitas vezes as mesmas contra as quais o agente sente algum tipo de animosidade ("não gosto de ti, toma lá um poltergeist que é pra ver se te calas."). A meu ver, o poltergeist transforma-se em entidade autónoma, e é-o efectivamente, dado o agente não ter controlo sobre ele nem consciência de que é a causa dos distúrbios.

Sendo uma manifestação da psyché, a única maneira de o travar será mesmo acompanhamento psicológico do agente (ou psiquiátrico, dependendo do tamanho do poltergeist) de modo a tentar amenizar as condições que deram azo ao aparecimento da criatura.

Exemplo de uma casa famosa pela sua actividade paranormal desde 1929, nomeadamente pelo poltergeist que teoricamente lá existiria, é a Borley Rectory, localizada no condado de Essex, em Inglaterra, onde diversas ocorrências "apontavam" para distúrbios da natureza poltergeist. Após múltiplas investigações, veio a provar-se ser tudo uma fraude criada e induzida por um pseudo-investigador paranormal, Harry Price, que ainda por cima fez fortuna à custa das suas brilhantes invenções. Daí ser necessário ter imenso cuidado ao analisarem-se casos "paranormais" ou casos paranormais. Nem tudo é o que parece. Neste caso o poltergeist chamava-se "ratos nas paredes da casa que era mais velha que sei lá o quê".

Para verem algumas representações de um Poltergeist, podem recorrer ao filme com o mesmo nome datado de 1982, que até é fiável por ter centrado a actividade em torno de uma criança. Também têm o Peeves do Harry Potter, mas esse soa mais ao Slimer dos Ghostbusters do que propriamente um poltergeist... Ah, e naturalmente há vários episódios dos Ficheiros Secretos que lidam com este tipo de actividade. Há também um episódio do Sobrenatural (se não me engano, na segunda época) em que havia um poltergeist.

Bem, resumindo e concluindo, se virem as panelas a voar pela casa, o televisor a sintonizar constantemente na TVI e as beatas a dançar no cinzeiro, não se preocupe, não está louco. As panelas estão mesmo a voar, provavelmente o poltergeist quer que você veja a novela das 9 e as beatas estão mesmo na linha de conga. Há é alguém na sua casa que precisa do Dr. Phil.
Adieu!!
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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Wendigo


Como foi acordado no início deste blog, para além de tudo quanto seja efectivamente paranormal, comprometemo-nos a transmitir todo o tipo de conhecimento que extravase esse reino mas que com ele esteja conexo. Deste modo, decidimos hoje debruçar-nos sobre uma criatura que de bonito não tem nada mas que sobrevive no folclore das tribos nativo-americanas de dialecto Algonquiano, nomeadamente os índios Ojibwa, Innu e Cree.

Os chamados "Wendigo" são habitualmente definidos por estas tribos como gigantes com o coração feito de gelo, enquanto que nas restantes tribos a forma de gigante não é adoptada, sendo figuras humanóides. Comum a todas as descrições é o facto de o Wendigo ser uma criatura esqueletal, somente com pele e osso, variando a cor daquela, indo de cinza a verde seco, o corpo deformado, sem lábios particularmente definidos ou ensanguentados e sem dedos dos pés. Os primeiros relatos de existência deste mito remontam ao século XVII, dos escritos de missionários e exploradores do Novo Mundo, onde configuram a criatura também como um demónio.

O mito do Wendigo surgiu aliado a práticas canibalistas, acreditando aquelas tribos que a) ou uma pessoa se transformava em Wendigo se consumisse carne humana ou b) fosse possuído em sonhos pelo espírito de um Wendigo e acordasse do sonho com uma vontade voraz de comer outros homens e efectivamente o fizesse (se apanhassem o George Clooney havia de ser giro...já não havia Ocean's 14 pra ninguém.). A causa de transformação que se acreditava ser a maior era a de se recorrer ao canibalismo como salvamento de uma situação de fome extrema, sendo esta prática um tabu para as tribos em causa. Daí configurar-se a transformação em Wendigo quase como um castigo ou, numa acepção mais light, um aviso para quem tivesse a ideia brilhante de comer alguém...o que se justifica com a existência de longos e frios Invernos em algumas zonas do Norte da América, onde imperava a escassez de mantimentos transformando uma perna de índio guisada numa ideia agradável para alguns. Para mais dissuadir o pessoal de se comerem uns aos outros, mais rezava a lenda que, quando não havia carninha para comer, o Wendigo comia musgo e outro tipo de comida nojenta que aparecesse. Se se olhar bem para a figura do Wendigo, facilmente associámo-la a duros Invernos e falta de comida. A magreza, as cores, o próprio coração de gelo são bem representativos desse aspecto.

Uma versão da lenda conta que os Wendigos seguem as pessoas nas florestas, esperando que entrem em paranóia e cometam um erro, altura em que a criatura as apanha. Se eventualmente alguém consegue escapar, à noite terá pesadelos horríveis e começará a entrar em delírio febril, despindo-se e desatando a correr nu pela floresta e (surprise!) aí ser apanhado pelo bicho.

Como muitos mitos, a transposição para a realidade é muitas vezes possível, abarcando, neste caso, a forma de doença mental, chamada a "Psicose de Windigo", condição médica na qual a pessoa acredita piamente ser um Wendigo ("canibal" no dialecto Algonquiano), tendo desejos incontroláveis de consumir carne humana mesmo com comida "normal" disponível, sendo esta situação muitas vezes decorrente de uma experiência canibal prévia. Nas tribos indígenas norte-americanas, o surgimento desta situação muitas vezes resultava na tentativa de "curar" o indivíduo com as habituais mézinhas dos bruxos ou no pedido do paciente de que o executassem antes que fizesse mal a alguém (o que aconteceria eventualmente se as mézinhas não resultassem...). Relatos da existência de casos de "Psicose Windigo" datam do fim do século XIX, princípio do século XX (o caso "Swift Runner" - um marido que comeu a mulher e os cinco filhos - e o caso "Jack Fiddler" - o shaman índio que acreditava que derrotava os Wendigos praticando eutanásia nos pacientes da Psicose (acabou por pôr termo à própria vida depois de ter sido preso por homicídio...). O caso mais recente é de 2008, onde a decapitação e canibalização de um passageiro de autocarro em Manitoba revela bastantes reminiscências do comportamento associado à Psicose Windigo.

Referências ao Wendigo podem ser encontradas em livros de Stephen King ("Pet Sematary"), Alan Moore ("League of Extraordinary Gentleman"), Michael Crichton ("The 13th Warrior"), em jogos de computador ("Diablo II", "Final Fantasy X", até há um Digimon chamado "Wendigomon" hehe), em filmes ("Wendigo" de Larry Fessenden - onde o Wendigo é representado como metade homem metade veado...não tem muita conexão com a lenda, é só mesmo o nome, isto para além do filme ser maaaau...) e até nos comics da Marvel (onde encontramos um bicho mais ou menos do tamanho do Incrível Hulk, com imenso pêlo...mais parece o King Kong.). Na televisão, podemos ver a criatura num episódio da série "The Invisible Man", bem como num da série "Supernatural", cujo título é mesmo "Wendigo" e a criatura apresenta, para além dos traços que já referimos, uma rapidez de movimentos tremenda e a capacidade de mimicar vozes humanas. A maneira de o matar é a que já sabemos, derretendo-lhe o coração, neste caso com um flare (daquelas pistolas que o pessoal usa pra disparar uma luz quando está perdido). Eficaz. Mas ao menos fisicamente é relativamente similar ao que conta a lenda.

Bem, por hoje ficamos por aqui e lembrem-se: se forem acampar, levem um maçarico.

Adieu!!

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